A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) concluiu que a cobertura televisiva das eleições legislativas de 18 de maio sofreu alterações após o incidente de saúde de André Ventura, líder do Chega.
De acordo com o relatório divulgado na quinta-feira, 25 de setembro, a partir de 13 de maio — quatro dias antes do fim da campanha — verificou-se um aumento do número de peças televisivas dedicadas à candidatura do Chega, o que influenciou a presença das restantes forças políticas.
Entre os temas mais destacados surgiram o “desempenho dos partidos e seus candidatos”, mas também, de forma invulgar, a “saúde dos candidatos”, sublinha o regulador. Os impactos foram especialmente visíveis nas coberturas da CNN Portugal, CMTV e News Now.
A análise da ERC mostra que quatro candidaturas com representação parlamentar — AD, PS, Chega e Iniciativa Liberal — dominaram os blocos informativos analisados, enquanto BE, CDU, Livre e PAN tiveram “menor proeminência”. As candidaturas sem representação parlamentar registaram uma presença residual.
O regulador destaca ainda que todos os canais de rádio e televisão cumpriram a regra de suspensão da participação de candidatos em espaços de comentário durante o período eleitoral.
Os relatórios abrangeram os noticiários de horário nobre de RTP1, RTP2, RTP3, SIC, SIC Notícias, TVI, CNN Portugal, CMTV, News Now e Porto Canal, bem como os noticiários da manhã e diários de campanha da Antena 1, Rádio Observador, Rádio Renascença e TSF, entre 4 e 16 de maio.
A análise incluiu igualmente a participação das candidaturas em entrevistas e debates desde a pré-campanha, iniciada a 20 de março, até ao final da campanha eleitoral.
